Como muitos atletas brasileiros pobres teve sua vida marcada por dificuldades, superação e morte solitária.
João Carlos de Oliveira ou João do Pulo, como se tornou conhecido, nasceu no interior de São Paulo e órfão de mãe teve que começar a trabalhar aos 07 anos de idade como lavador de carros. Ingressou no Exercito aos na adolescência e vestiu a indumentária militar por quatorze anos o que lhe rendeu a patente de sargento.
Ingressou no atletismo e em 1973, treinado pelo professor da USP Pedro Henrique de Toledo, o Pedrão, quebrou o recorde mundial Junior de salto triplo, durante o Campeonato Sul-Americano de Atletismo, com um salto de 14,75m.
A partir do campeonato Sul-Americano em 1973, João do Pulo bateu vários recordes, tanto no salto a distância, quanto no salto triplo cujas marcas demoraram mais de 10 anos para ser superadas entre eles:
– 1975 no Pan-americano Cidade do México conquistou DUAS (02) MEDALHAS DE OURO, salto em distância com a marca de 8,19m e no salto triplo com a marca de 17,8 m, quebrando o recorde soviético da época em 45 cm.
– 1976 na Olimpíada de Montreal João do Pulo era o favorito nas duas categorias, salto em distância e salto triplo, mas convalescente de uma cirurgia na barriga conseguiu apenas a medalhas de bronze no salto triplo com a marca de 16,90 m, excepcional para uma pessoa em recuperação de uma enfermidade.
-1977 tricampeão mundial do salto triplo em Dusseldorf – Alemanha
– 1979 nos jogos Pan-americanos em Porto Rico, recuperado, se tornou bicampeão, nas duas categorias salto em distância e salto triplo, acumulando um tetracampeonato pan-americano em duas provas
– 1980 Olimpíadas de Moscou, conhecida por suas controvérsias (falta de lisura ou honestidade), foi “superado” pelos atletas russos que contaram com “ajuda” dos fiscais de prova, que também eram russos e fizeram um trabalho desonesto anulando pulos, reduziram medidas, favorecendo seus compatriotas, prejudicando o real campeão da competição João do Pulo, mas mesmo com toda esta falta de honestidade e respeito João conquistou a medalha de bronze.
Em 1981 João Carlos teve a carreira, violentamente, interrompida após sofrer um acidente na Via Anhanguera, como consequência o atleta teve a perna direita amputada.
Após o acidente João se formou em Educação Física e entrou para a carreira política se elegendo Deputado Estadual por São Paulo em 1986 e 1990, contudo a não reeleição João mergulhou na depressão e no alcoolismo.
Seu final de vida foi solitário, com sérios problemas financeiros. Morreu em 1999, aos quarenta e cinco anos de vida consequência de cirrose hepática e infecção generalizada, apesar dos dois filhos que teve.
A família vendeu suas duas medalhas olímpicas e aquela do recorde mundial de 17,89m, obtida no Pan da Cidade do México 1975, ao ex-presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), Roberto Gesta de Melo
